PSD está disponível para o diálogo mas não abdica dos seus princípios

Ontem, as Assembleias das Uniões de Freguesias da Caparica e Trafaria e da Charneca de Caparica e Sobreda, chumbaram os documentos das opções do plano e orçamentos para 2022, apresentados pelos respetivos executivos. Os eleitos do PSD, em ambos os órgãos, votaram contra os referidos documentos por considerarem que não estavam reunidas as condições para a sua aprovação.

Esta posição enquadra-se no que tem sido a postura dos eleitos do PSD Almada, quer nos órgãos municipais, quer nos órgãos de freguesia. Nuno Matias, presidente da concelhia almadense e Vereador na Câmara Municipal de Almada deixa claro que “a atitude do PSD Almada será sempre positiva, leal e construtiva mas não abdicamos de representar quem nos elegeu e isso implica defender as nossas propostas e ideias, em cada momento”.

O Vereador social-democrata, esclareceu ainda que “estamos abertos ao diálogo, como sempre estivemos. Estas votações não são fruto de uma posição fechada ou coordenada mas apenas da análise que os eleitos locais fizeram dos documentos”.

E, em ambos os casos, as críticas são claras e concretas. Na Caparica e Trafaria, David Cristóvão considera que o Executivo do Partido Socialista inverteu as prioridades: “ao invés de investir na Junta de Freguesia e nas necessidades das pessoas, o PS escolheria remunerar os seus eleitos”, referindo-se ao facto de o orçamento prever uma subida dos custos com pessoal de 58% para 65% do Orçamento, ao passo que apenas 1,56% seriam dedicados ao investimento. “Este PS precisaria de 16 anos para investir tanto, em percentagem do Orçamento de 2022, como os casos de sucesso na gestão autárquica”, concluiu Cristóvão.

Também na Charneca e Sobreda os eleitos do PSD foram confrontados com documentos que em nada espelhavam as propostas que apresentaram ao Executivo da Junta. “Todas as nossas doze propostas foram recusadas”, argumenta António Carlos Silva, líder do grupo laranja na Assembleia de Freguesia, lamentando a “atitude pouco dialogante, mais formal do que substantiva, perante os eleitos da oposição” e deixando claro que “se esta postura mudar, estaremos disponíveis para nos sentarmos à mesa”.

Nas restantes freguesias, os eleitos do PSD mantêm-se na expectativa em relação aos orçamentos e opções do plano que serão apresentados pelos respetivos executivos. Os documentos ainda não são conhecidos mas “se as nossas propostas forem acolhidas, estamos disponíveis para viabilizar”, como afirma Rui Patrão, eleito do PSD na Costa da Caparica. Célia Mateus, da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas mostra-se otimista uma vez que “o atual Executivo mostrou grande abertura às nossas propostas e se as concretizar nos documentos que apresentar, não deixaremos de acompanhar essa atitude”. Também Margarida Ferreira, do Laranjeiro e Feijó, assume a mesma postura dizendo mesmo que “o PSD está sempre mais disponível para ser parte da solução do que para ser parte do problema”.